Situado no setor sudeste da serra da Estrela, o concelho da Covilhã abrange uma área de 550 quilómetros quadrados, onde reside uma população de 51 770 habitantes.
No passado, a Covilhã foi um importante centro de produção de lanifícios, consequência da abundância de matéria-prima, a lã, e da disponibilidade de energia hidráulica. Sendo a indústria dos lanifícios um dos emblemas da cidade, a visita ao conjunto de fornalhas e poços da antiga tinturaria da Real Fábrica de Panos da Covilhã, classificado Imóvel de Interesse Público, hoje integrados no Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior, é obrigatória.
Museu dos Lanifícios |
Covilhã |
A nível de património construído merecem também referência: a igreja da Misericórdia, o pelourinho, as muralhas da cidade, a cisterna medieval, a igreja da Nossa Senhora da Conceição, a capela de Santa Cruz, o troço da calçada romana junto à estação de caminho de ferro, a capela de São Martinho e a Casa dos Ministros, monumentos classificados como Imóveis de Interesse Público (IIP).
Aconselha-se, ainda, a visita à capela do Santo Cristo (IIP), no Teixoso, e ao templo romano da Senhora das Cabeças (IIP), em Orjais.
Em Unhais da Serra existe uma estância termal de águas sulfúreas, bicarbonatadas, sódicas, sulfidratadas radioativas, que brotam à temperatura de 31ºC, indicadas para o tratamento de reumatismo, afeções das vias respiratórias e dermatoses.
A nível paisagístico e de património natural, existem no concelho da Covilhã vários pontos de interesse: o covão do Boi, onde se pode observar um conjunto interessante de blocos pedunculados e colunares, a cascalheira do Alto da Pedrice, o vale glaciário da Alforfa e os panoramas que se alcançam a partir dos Piornos e da Varanda dos Carqueijais.
A Covilhã partilha com Seia e Manteigas o local mais emblemático e visitado da serra, a Torre, onde se situa o ponto mais elevado de Portugal continental a 1993 metros de altitude.
Na área do covão do Boi encontra-se o maior conjunto de blocos pedunculados e colunares da serra da Estrela. Estes blocos, designados localmente por queijeiras, resultam do efeito conjugado dos agentes erosivos e processos químicos que atuam sobre a densa rede de fraturas que caracteriza os afloramentos rochosos deste local. Esta zona é, também, procurada por quem visita a serra por nela se encontrar esculpida na rocha a imagem da Senhora da Boa Estrela.
A cascalheira do Alto da Pedrice constitui um depósito de clastos de granito que cobre a vertente oriental do setor superior da ribeira de Alforfa. A origem desta formação geológica encontra-se na fragmentação das rochas pelo gelo. Quando a água que se infiltra nas fissuras da rocha gela, aumenta de volume, gerando pressões internas elevadas que provocam a sua partição, designando-se por crioclastos os fragmentos resultantes.
Covão do Boi |
Blocos colunares |
Cascalheira, Alto da Pedrice |
Alto da Pedrice |
Na cabeceira do vale glaciário de Alforfa, junto ao cruzamento para Unhais da Serra, encontra-se uma das mais bem preservadas moreias laterais da serra da Estrela. É uma crista com vertentes abruptas que testemunha uma época em que o vale de Alforfa estava ocupado por um glaciar com cerca de 200 metros de espessura e 5,5 quilómetros de comprimento.
Neste local encontra-se o Vértice Geodésico de 1ª ordem Estrela, que marca a altitude mais elevada de Portugal continental: 1993 metros. Conhecida no passado por Malhão da Serra, a Torre deve a sua designação a uma construção em pedra que o príncipe D. João, em 1806, mandou aí erguer. Na década de 50, do século XX, a Força Aérea Portuguesa instalou na Torre uma estação de radar, que está desativada desde 1970. A vista panorâmica deste sítio permite, em dias de céu limpo, observar locais tão distantes como a serra do Marão, a norte de Vila Real, a serra da Boa viagem, na Figueira da Foz, a serra de S. Mamede, em Portalegre, e a serra de Gredos, em Espanha.
Moreia de Alforfa |
Vale glaciário de Alforfa |
Torre |
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