O concelho de Manteigas está totalmente integrado na área do Parque Natural da Serra da Estrela. É o concelho mais pequeno do distrito da Guarda, com uma área de 121,98 quilómetros quadrados e apenas quatro freguesias, onde reside uma população de 3 471 habitantes.

A nível de património construído, para além das igrejas e das capelas existentes nas quatro freguesias do concelho, merece referência a Casa das Obras (IIP), solar brasonado situado no centro da vila de Manteigas.

1 - Vista panorâmica da vila de Manteigas

 Manteigas

Na vila de Manteigas, acerca de 775 metros de altitude, na margem esquerda do Zêzere, existe uma estância termal de águas sulfúreas, bicarbonatadas, sódicas, fluoretadas, que brotam à temperatura de máxima de 42,8ºC, indicadas para o tratamento de reumatismo, afeções das vias respiratórias e dermatoses.

Manteigas apresenta, sob o ponto de vista paisagístico, três unidades distintas: a área planáltica, o vale do rio Zêzere e as zonas xistosas de Valhelhas e Vale de Amoreira. Como principais pontos naturais e paisagísticos a visitar destacam-se: os Cântaros Magro, Raso e Gordo, a Rua dos Mercadores, o miradouro do Fragão do Corvo, a Nave de Santo António, o Poço do Inferno, o vale glaciar do Zêzere, o Seixo Branco, o Vale das Éguas e a fonte Paulo Luís Martins. O Covão d'Ametade e o Covão da Ponte, para além de serem áreas de elevado valor paisagístico, são também importantes locais de recreio e lazer.

Este concelho possui uma das mais extensas manchas florestais de toda a área do Parque Natural da Serra da Estrela, da qual se destaca o Perímetro Florestal de Manteigas criado em finais do século XIX.

Manteigas partilha com Seia e a Covilhã o local mais emblemático e visitado da serra, a Torre, onde se situa o ponto mais elevado de Portugal continental, a 1993 metros de altitude.

(MN) - Monumento Nacional, (IIP) - Imóvel de Interesse Público


Cântaros Magro, Raso e Gordo 

Os Cântaros Gordo, Magro e Raso são afloramentos graníticos que atingem, respetivamente, 1875, 1928 e 1916 metros de altitude. Visíveis de muitos pontos da Estrela, os Cântaros devem a sua origem à existência de grandes afloramentos rochosos pouco fraturados rodeados por zonas de grande densidade de fraturação, com consequente maior sensibilidade à força erosiva da água e do gelo.

 

Rua dos Mercadores

Na base da vertente sul do Cântaro Magro encontra-se um filão de rocha dolerítica. Este material, de composição mineralógica semelhante ao basalto, é menos resistente aos fatores erosivos que o granito encaixante, o que originou uma fenda profunda e estreita entre paredes abruptas designada por Rua dos Mercadores.

4  Cântaros Raso Magro e Gordo 5  Cântaro Gordo 6  Rua dos Mercadores
 Cântaros Raso, Magro e Gordo  Cântaro Gordo  Rua dos Mercadores

Miradouro do Fragão do Corvo 

O miradouro do Fragão do Corvo, situado próximo das Penhas Douradas, a uma altitude de cerca de 1450 metros, proporciona um dos mais deslumbrantes panoramas da Estrela. Deste ponto é possível obter uma vista abrangente sobre a vila de Manteigas e o vale glaciário do Zêzere, bem como sobre a cidade da Guarda e as serras de Peña de Francia, Béjar e Gredos, em Espanha.

 

Nave de Santo António 

A Nave de Santo António é uma depressão aplanada de origem glaciária, situada entre o planalto da Torre e os Piornos, que se apresenta coberta por um extenso prado de montanha. Há cerca de 23 mil anos, no máximo da última glaciação, este local encontrava-se coberto de gelo que escoava para os vales glaciares do Zêzere e da Alforfa, sendo ainda bem visíveis, nos rebordos norte e sul, as moreias do Poio do Judeu e da Alforfa.

7  Miradouro do Fragão do Corvo 8 - Miradouro do Fragão do Corvo 9  Nave de Santo António 10  Nave de Santo António

Miradouro do Fragão do Corvo

 Miradouro do Fragão do Corvo

 Nave de Santo António

 Nave de Santo António


Poço do Inferno

Neste local, a ribeira de Leandres, afluente da margem direita do Zêzere, atravessa uma zona de relevo acidentado, onde o granito contacta com a corneana, rocha de menor resistência à erosão, formando uma cascata com cerca de dez metros de altura, que torna este local um dos pontos mais visitados da Estrela.

 

Vale glaciar do Zêzere

Com um traçado retilíneo numa extensão de cerca de oito quilómetros, é o maior dos vales glaciares da Estrela, apresentando um perfil transversal em forma de U, típico destas formas de relevo. No pico da última glaciação, o glaciar do Zêzere terá atingido um comprimento de 13 quilómetros e, em alguns locais, uma espessura de 300 metros. A grande profundidade do vale é o resultado da ação fluvial durante os períodos pré e interglaciários, tendo a forma em U sido modelada pelo gelo durante a última fase glaciar.

11  Poço do Inferno 12  Vale Glaciar do Zêzere 13  Vale Glaciar do Zêzere

 Poço do Inferno

 Vale glaciar do Zêzere

 Vale glaciar do Zêzere


Vale das Éguas / Seixo Branco

Nesta área, situada a sul das Penhas Douradas, a Direcção Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas realizou, na década de 50 do século XX, ensaios de melhoramento de pastagens naturais, sob a orientação de J. Malato-Beliz. Próximo, encontra-se o Seixo Branco, afloramento de quartzo róseo que constitui um dos mais curiosos locais de interesse geológico da serra.

 

Fonte Paulo Luís Martins

A fonte Paulo Luís Martins, de caudal permanente, situa-se na confluência de falhas locais com a grande falha da Vilariça, desde Sertã até Puebla de Sanabria, em Espanha. A água aflora em substrato granítico, formando uma cascata cuja água é conhecida por apresentar uma temperatura constante de 6ºC.

14  Vale das Éguas 15  Seixo Branco 16  Fonte Paulo Luís Martins
 Vale das Éguas  Seixo Branco  Fonte Paulo Luís Martins

 

Covão d'Ametade

O covão d'Ametade é uma depressão de origem glaciária que servia de zona de acumulação de gelo na cabeceira do vale glaciário do Zêzere. Este é um dos mais aprazíveis e procurados locais de recreio e lazer da serra da Estrela.

17  Covão dAmetade 18  Covão dAmetade e Cântaro Magro
 Covão d'Ametade  Covão d'Ametade e Cântaro Magro 

Covão da Ponte

Covão situado na bacia superior do Mondego, a uma altitude de cerca de 950 metros, que se caracteriza por apresentar, nas margens dos principais cursos de água, campos de cultivo, pastagens, matos e povoamento de resinosas. Neste cenário, ocorre uma grande diversidade de espécies de flora e fauna que contribuem para o valor cénico e recreativo do local.

 

Torre / Marco geodésico Estrela

Neste local encontra-se o Vértice Geodésico de 1ª ordem Estrela, que marca a altitude mais elevada de Portugal continental: 1993 metros. Conhecida no passado por Malhão da Serra, a Torre deve a sua designação a uma construção em pedra que o príncipe D. João, em 1806, mandou aí erguer. Na década de 50, do século XX, a Força Aérea Portuguesa instalou na Torre uma estação de radar, que está desativada desde 1970. A vista panorâmica deste sítio permite, em dias de céu limpo, observar locais tão distantes como as serras do Marão, a norte de Vila Real, da Boa viagem, na Figueira da Foz, de S. Mamede, em Portalegre e de Gredos, em Espanha.

19  Rio Mondego Covão da Ponte 20  Monte de feno Covão da Ponte 21  Torre
 Rio mondego, Covão da Ponte  Covão da Ponte  Torre

Casa das Obras 

Rua Teles de Vasconcelos
Manteigas

Categoria: O que visitar