Situado no setor sudoeste da serra da Estrela, o concelho de Seia integra 29 freguesias repartidas por uma área de 435,71 quilómetros quadrados, onde reside uma população de 24 641 habitantes.
Na cidade de Seia, sede de concelho, merecem referência, a nível do património construído, a igreja Matriz, a igreja da Nossa Senhora do Rosário, a capela de São Pedro (MN), templo quinhentista de raiz românica, o solar dos Botelhos, que na fachada norte exibe duas belas janelas manuelinas, e o conjunto monumental constituído pela igreja da Misericórdia, a Casa do Despacho e o solar da família Miranda Brandão, onde funciona a Biblioteca Municipal. Outros edifícios que merecem visita são a casa da Cerca de Santa Rita, que alberga o Museu do Brinquedo, e a Casa das Obras, onde está instalada a câmara municipal.
O Museu do Pão, espaço de iniciativa privada onde se exibem diversos aspetos relacionados com a história e fabrico do pão, é um dos mais visitados a nível nacional.
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Casa das Obras, Paços do Concelho |
Capela de São Pedro |
Solar de Santa Rita, Museu do Brinquedo |
As restantes freguesias do concelho têm um carácter rural bastante acentuado e apresentam tipologias distintas, consoante se localizam em áreas dominadas por xistos ou granitos. Do património edificado merecem destaque: na freguesia de São Romão, o Santuário da Nossa Senhora do Desterro, situado nas margens do rio Alva, onde se encontra um vasto conjunto de arquitetura religiosa do período barroco; na freguesia de Paranhos da Beira, o solar de São Julião (IIP) e o pelourinho do Carvalhal (IIP); em Santa Marinha, os vários exemplos de casas solarengas, a casa do Judaicado e o pelourinho (IIP); na freguesia de Travancinha, o pelourinho na localidade de Casal de Travancinha (IIP); em Torroselo, o solar e o pelourinho; e em Valezim, a igreja da Nossa Senhora do Rosário, templo de raiz medieval de três naves, e o pelourinho (IIP).
Na Senhora do Desterro merece, ainda, visita o Museu Natural da Eletricidade.
A nível do património arqueológico destacam-se a anta da Casa dos Mouros (MN), em Vale de Igreja, Paranhos da Beira, o castro de São Romão e um significativo conjunto de gravuras rupestres, datadas desde o período Neolítico até à Idade do Ferro, situadas nas freguesias de Vide e Teixeira.
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Anta da Casa dos Mouros |
Casa do Judaicado |
Pelourinho, Calsal de Travancinha |
No que se refere aos valores naturais, Seia possui o mais expressivo conjunto de circos, vales, lagoas e outros testemunhos da ação glaciária a nível nacional, consequência de uma parte significativa do território se situar a uma altitude superior a 1500 metros.
Do conjunto de valores naturais que o concelho apresenta, destacam-se: a lagoa Comprida e o lagoacho das Favas situado na sua margem norte, o vale da Caniça, o covão do Urso e a cascata da Fervença, no Sabugueiro, a garganta e os poços de Loriga e o rio Alva, em Sandomil. Nas freguesias de Alvoco da Serra, Cabeça, Loriga, Sazes da Beira, Teixeira e Vide, situadas no extremo sul do concelho, encontra-se, em redor dos aglomerados, uma paisagem de elevado valor cénico onde predominam os campos agrícolas em socalcos intercalados por matos e povoamentos florestais.
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| Aguincho, Alvoco | Casal do Rei, Vide |
Socalcos agrícolas, Loriga |
Abrangendo uma área significativa do concelho de Seia, encontra-se uma parte significativa das estruturas do antigo Aproveitamento Hidroeléctrico da Serra da Estrela, um dos primeiros sistemas para a produção de energia elétrica construídos em Portugal, no início do século XX. Este sistema que utiliza a água do setor superior do Alva inclui, entre outras estruturas, barragens, açudes, canais de adução, câmaras de carga e centrais hidroelétricas.
Seia partilha com Manteigas e a Covilhã o local mais emblemático e visitado da serra, a Torre, onde se situa o ponto mais elevado de Portugal Continental, a 1993 metros de altitude.
(MN) - Monumento Nacional; (IIP) - Imóvel de Interesse Público
A barragem da lagoa Comprida, construída a partir de uma lagoa natural, constitui o principal reservatório de água da serra da Estrela. É a maior das lagoas do maciço superior e o seu potencial hidroelétrico elevado levou à construção da barragem em 1911, sendo uma das primeiras obras de engenharia desta natureza levadas a cabo em Portugal. Na vertente norte da lagoa observa-se um dos mais interessantes campos de blocos erráticos da serra da Estrela. Estes blocos de granito foram transportados pelos glaciares e abandonados aquando da fusão e recuo do gelo. Encontram-se, muitas vezes, depositados sobre afloramentos com natureza geológica diferente da sua. O estudo das características litológicas destes materiais permite determinar a origem e reconhecer o sentido do movimento do glaciar, revelando a dinâmica glaciária.
O lagoacho das Favas é uma pequena lagoa temporária que, como todas as lagoas do Planalto Superior da serra da Estrela, tem origem glaciária. Além do seu interesse geológico, esta lagoa possui um elevado valor natural, uma vez que se trata do único sítio na Estrela onde ocorre a fava-de-água (Menyanthes trifoliata), planta com uma distribuição rara e irregular em Portugal.
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Lagoa Comprida |
Campo de blocos erráticos |
Lagoacho das Favas |
O vale da ribeira da Caniça, afluente da margem esquerda do rio Alva, é um dos locais naturais mais bem preservados do concelho de Seia. Na cabeceira da ribeira, a altitudes superiores a 1000 metros, a morfologia característica dos vales glaciares está bem representada sob a forma de circos glaciares, de vales em U, de moreias e de blocos erráticos. A jusante situa-se o Sumo da Caniça, onde a ribeira corre soterrada por blocos graníticos que rolaram, por ação da gravidade, das encostas envolventes. Na confluência da ribeira com o rio Alva persiste um valioso bosque de castanheiros seculares.
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Vale da Caniça |
Ribeira da Caniça |
Souto da Lapa |
Na ribeira da Fervença, localizada a montante do Sabugueiro a uma altitude de 1200 metros, encontra-se uma cascata com uma altura de cerca de 50 metros. A partir desta queda de água, de caudal forte durante os meses em que a precipitação é mais intensa, tem-se uma panorâmica sobre a aldeia do Sabugueiro.
A barragem do Covão do Meio e as lagoas Serrano, Covão do Quelhas e Francelha estão situadas em depressões de origem glaciária, formadas durante o último período glaciar. O vale glaciar de Loriga tem abundantes motivos de interesse, desde logo pela paisagem, que lembra uma sucessão de degraus com os típicos covões, fechados por um muro de paredes abruptas e pelo encaixe da ribeira, que proporciona uma série de amplas panorâmicas. O modelado glaciar deu origem às várias lagoas, cujo conjunto é conhecido por Poços de Loriga, pelo facto da sua água ser aproveitada a jusante, na vila de Loriga.
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Cascata da Fervença |
Covão da Nave, Garganta de Loriga |
Poços de Loriga |
O covão do Urso, um dos sete vales glaciários da Estrela, apresenta uma moreia lateral que se prolonga por cerca de três quilómetros, sendo a maior da serra. Numa antiga depressão glaciária, situada a montante do covão do Urso, situa-se o covão do Lagoacho, onde, nos anos 90, foi construída uma barragem que inunda uma área de 480 000 metros quadrados e que serve as centrais hidroelétricas da EDP.
Nas encostas do vale do rio Alva, em Sandomil, sobressai uma paisagem fortemente humanizada em que as culturas agrícolas são uma constante. Nas margens do rio encontra-se uma densa galeria de vegetação ribeirinha onde o amieiro, o freixo e os salgueiros são as espécies dominantes.
Neste vale, a imponência agreste dos cumes rochosos do Planalto Superior contrasta fortemente com a paisagem humanizada dos campos que rodeiam a aldeia de Alvoco. Aqui domina um mosaico paisagístico onde se destaca o verde dos campos agrícolas armados em socalcos, intercalados com matos de giestas, urzes, carqueja e sargaços. Nas encostas do vale, as tradicionais casas de granito de apoio as atividades agrícolas conferem à paisagem um acentuado carácter rural.
Neste local encontra-se o Vértice Geodésico de 1ª ordem Estrela, que marca a altitude mais elevada de Portugal continental: 1993 metros. Conhecida no passado por Malhão da Serra, a Torre deve a sua designação a uma construção em pedra que o príncipe D. João, em 1806, mandou aí erguer. Na década de 50 do século XX, a Força Aérea Portuguesa instalou na Torre uma estação de radar, que está desativada desde 1970. A vista panorâmica deste sítio permite, em dias de céu limpo, observar locais tão distantes como as serras do Marão, a norte de Vila Real, da Boa viagem, na Figueira da Foz, de Gredos, em Espanha e de S. Mamede, em Portalegre.
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Rio Alva, Sandomil |
Vale de Alvoco |
Torre |
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