planalto-central-2.jpg

Ensino experimental no bosque de Casal do Rei – regeneração da biodiversidade após o fogo

Em julho de 2005, um incêndio florestal de grande dimensão atingiu uma superfície de 17 445 hectares repartida pelas serras da Estrela e do Açor, tendo afetado de modo severo um bosque natural, com cerca de 20 hectares, situado em Casal do Rei, freguesia de Vide, inserido no Parque Natural da Serra da Estrela.

A vegetação espontânea do local, pouco alterada pela ação do homem, constitui uma mancha residual da vegetação climácica do Centro do país, atualmente coberta sobretudo por eucaliptais, pinhais e matos. O bosque caracteriza-se por possuir um estrato arbóreo denso dominado pelo azereiro (Prunus lusitanica), castanheiro (Castanea sativa), folhado (Viburnum tinus) e medronheiro (Arbutus unedo). O elenco florístico do local inclui mais de 200 espécies de plantas vasculares, o que corresponde a cerca de um quarto do total das espécies identificadas na serra da Estrela, numa superfície que representa apenas 0,02% da área protegida. Entre as espécies vegetais características destaca-se o azereiro por ser considerado uma relíquia dos bosques do tipo laurissilva, que tiveram uma importância elevada na Península Ibérica durante o período Terciário.

Considerando o valor natural e a singularidade do bosque de Casal do Rei e tendo em conta a promoção do ensino experimental das ciências, o CISE, em parceria com a escola E/B 2,3 Dr. Reis Leitão, de Loriga, a Universidade de Coimbra e o Parque Natural da Serra da Estrela, desenvolveu um projeto de estudo da vegetação natural do bosque.

Este projeto, intitulado Ensino experimental no bosque de Casal do Rei - regeneração da biodiversidade após o fogo, teve como objetivos gerais fomentar a literacia científica e as capacidades dos alunos no domínio das ciências naturais, assim como estimular os alunos para o desenvolvimento de competências para a resolução de problemas ambientais, diretamente relacionados com a realidade local, e monitorizar a regeneração da biodiversidade.

6 - apresentação do projecto na sala de aula 7 - saída de campo 1 8 - azevinho em regeneração
 Apresentação do projecto em sala de aula  Saída de campo, bosque de Casal do Rei  Azevinho em regeneração

 

Em relação à componente de acompanhamento da regeneração da biodiversidade do bosque, o estudo dividiu-se em duas fases: i) monitorização da regeneração da vegetação natural, que se desenvolveu em conjunto com os alunos do clube de ambiente da escola E/B 2,3 Dr. Reis Leitão de Loriga; e ii) registo de parâmetros de biodiversidade - características do coberto vegetal, microrganismos simbióticos do solo, parâmetros edáficos e atividade humana - que foi executado pela equipa de investigação do Instituto do Ambiente e Vida (IAV/UC) e Instituto do Mar (IMAR) da Universidade de Coimbra.
Neste âmbito, foram efetuadas saídas de campo para recolha de dados relativos a parâmetros de biodiversidade, identificação de espécies vegetais e sessões em sala de aula para análise e tratamento da informação recolhida.

A execução do projeto, que contou com o apoio financeiro do programa Ciência Viva, teve início em março de 2006 e concluiu-se em junho de 2007, de acordo com o cronograma definido aquando da apresentação da candidatura à Fundação Ciência Viva.

Logótipos Casal do Rei

 

Documentos para download

Projeto de candidatura

Caracterização geral do bosque de Casal do Rei

Estudo da vegetação

Estudo do solo

Climatologia e meteorologia

Colheita, secagem e montagem de material de herbário

Educação Ambiental

Descrição

Na última década, uma área significativa do Parque Natural da Serra da Estrela foi atingida por incêndios florestais, cuja extensão poderá estar diretamente relacionada com a utilização excessiva e inadequada de espécies de crescimento rápido e de elevada combustão, como o pinheiro-bravo. Apenas no ano de 2005 foram consumidos cerca de 11 mil hectares, o que equivale mais de 12% da superfície total da área protegida. Para além de profundos prejuízos socioeconómicos para as populações da região, a destruição do coberto vegetal provocada por estes incêndios tem como impactes maiores: o agravamento de fenómenos erosivos, a redução da fertilidade dos solos e a diminuição da infiltração e capacidade de retenção da água da chuva, o que afeta a quantidade e qualidade dos recursos hídricos. Apesar deste cenário, muitos dos locais ardidos apresentam, ainda, uma elevada qualidade paisagística e constituem áreas de ocorrência de espécies de fauna e flora cuja conservação é prioritária.

Neste contexto, e com o intuito de mitigar esta situação, o CISE desenvolve, em colaboração com as escolas do ensino básico do concelho de Seia, um projeto de educação ambiental que pretende alertar a população e a comunidade escolar em particular para a necessidade da proteção da floresta, bem como, para a importância da reflorestação das áreas ardidas.

plant clube ambiente loriga plant arrifana 1 plant arrifana 2
 Clube de Ambiente, EB23 Reis Leitão, Loriga  Clube de Ambiente, EB23 Arrifana  Clube de Ambiente, EB23 Arrifana

 

Objetivos

O programa tem como objetivos principais:
1. sensibilizar a população para a necessidade de conservação da floresta;
2. florestar áreas afetadas pelos incêndios;
3. fomentar a utilização de espécies florestais autóctones da região;
4. promover a conservação da biodiversidade.

 

Atividades a desenvolver

As atividades programadas no âmbito do projeto são desenvolvidas a nível de turma e podem incluir a realização das seguintes atividades:
1. uma sessão teórica sobre a história, a evolução e a importância da floresta;
2. uma saída de campo para conhecer as principais espécies e habitats florestais da região e para recolher sementes;
3. uma atividade prática de sementeira das sementes recolhidas a realizar na escola;
4. acompanhamento, por parte dos alunos, do crescimento das diferentes espécies e realização das práticas culturais necessárias para o correto desenvolvimento das mesmas;
5. saída de campo para plantação das espécies propagadas, acompanhada também por sementeiras.

Educação Ambiental

Descrição

A necessidade de mobilidade das sociedades modernas esteve na base da criação de extensas redes de infraestruturas viárias. Para além da transformação da paisagem, com fragmentação e destruição de habitats naturais, a proliferação de redes de transporte tem um acentuado impacte sobre a fauna selvagem, sobretudo a nível do incremento da mortalidade de animais por atropelamento.
Os répteis e os anfíbios estão entre os grupos de animais mais afetados pelo tráfego rodoviário, devido essencialmente aos seus comportamentos migratórios e à sua relativa lentidão. Para minimizar este impacte é fundamental dar prioridade ao desenvolvimento de ações de educação ambiental.
No Parque Natural da Serra da Estrela existem importantes populações de diversas espécies de répteis e anfíbios, sendo algumas de especial interesse por serem únicas em Portugal e outras por serem exclusivas da Península Ibérica. No âmbito das atividades que o CISE realiza tem sido possível detetar nas estradas da serra um grande número de animais mortos por atropelamento.
No sentido de contribuir para a mitigação deste impacte, o CISE propõe às escolas do 2º e 3º ciclos do ensino básico do concelho de Seia o desenvolvimento de um projeto intitulado Atenção! Répteis e Anfíbios.

1 - repanf 2 - repanf 3 - repanf 4 - repanf 5 - repanf


Objetivos

O programa tem como objetivos principais:
1. sensibilizar os alunos para a importância da conservação da natureza;
2. desmistificar o preconceito que existe em relação aos anfíbios e aos répteis.



Atividades a desenvolver

As atividades programadas no âmbito do projeto são desenvolvidas a nível de turma e incluem:
1. uma sessão teórica sobre anfíbios e répteis a ter lugar na sala de aula;
2. uma saída de campo para conhecer anfíbios e répteis no seu habitat natural e deteção de animais mortos nas estradas;
3. produção de materiais de sensibilização relativos a este problema de conservação da natureza.

Educação Ambiental

Descrição

O CISE realizou, entre 2003 e 2005, o I Censo de Andorinhas do Concelho de Seia, com o intuito de conhecer a distribuição das várias espécies de andorinhas que nidificam no concelho, bem como o estado das suas populações.
De forma a sensibilizar a comunidade escolar para a necessidade de preservação deste grupo de aves, o CISE desenvolveu o projeto com os professores e alunos das escolas do 1º ciclo do ensino básico do concelho.

2 - escola e ji de vide 2006 3 - escola e ji de vide 2006 4 - escola e ji de vide 2006 5 - escola e ji de vide 2006
 EB1 de Vide, 2006  EB1 de Vide, 2006  EB1 de Vide, 2006  EB1 de Vide, 2006

 

Objetivos

Esta ação teve como objetivos principais:
1. conhecer a distribuição e o estado de conservação das várias espécies de andorinhas nidificantes no concelho;
2. sensibilizar a população escolar para a importância da preservação deste grupo de aves.

 

Atividade a desenvolver

No âmbito deste projeto desenvolveram-se as seguintes atividades:
1. uma sessão teórica sobre a biologia e a ecologia das andorinhas, a decorrer na sala de aula;
2. uma saída de campo, na área envolvente à escola, para identificação de andorinhas e contagem de ninhos.

No âmbito do projeto foi publicado um pequeno manual de identificação das cinco espécies de andorinhas que ocorrem em Portugal.

capa manual
Manual (download)


 

Educação Ambiental